Após visita ao Supremo Tribunal Federal, fora da agenda, o presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta quinta-feira, que deve vetar o trecho do texto aprovado no Congresso, de ajuda a estados e municípios, que mantém possibilidade de reajuste salarial aos servidores públicos.

“Eu sigo a cartilha de Paulo Guedes na economia. Nós devemos salvar a economia porque a economia é vida. Se ele acha que deve vetar, nós vetaremos esse dispositivo”.

A declaração foi dada, ao lado do ministro Paulo Guedes, assim que ambos deixaram o prédio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília, em uma ida inesperada. Junto com o presidente, estavam empresários do setor industrial brasileiro. Bolsonaro anunciou, também, a inclusão da construção civil como atividade essencial, que deve voltar a funcionar, como forma atender aos pedidos do empresariado.

“Agora estamos incluindo a construção civil, e outras virão nos próximos dias. Há entendimento que em alguns estados, as medidas foram exageradas. Por isso estamos colocando mais categorias como serviços essenciais para a gente poder reabrir, com responsabilidade, seguindo as normas do Ministério da Saúde, de modo que a gente possa voltar às atividades normais o mais rápido possível”.

Antes das declarações, o grupo foi recebido em uma audiência, pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli. Durante o encontro, Jair Bolsonaro pediu ao presidente da corte apoio na retomada das atividades do país, como forma de evitar um “colapso econômico” e disse que alguns estados “foram longe” nas medidas restritivas de combate ao novo coronavírus. Em resposta, Dias Toffoli defendeu que para retomar as atividades é preciso planejamento e sugeriu articulação entre os poderes, junto com empresariado e sociedade civil, em um comitê.

“Um planejamento que seja organizado na retomada da economia e do crescimento. Eu peço que o presidente da República, com seus ministros, chamando outros poderes e representantes dos estados e dos municípios, crie um comitê de crise para junto com o empresariado e os trabalhadores pensar essa necessidade que temos de traduzir em realidade esse anseio de manter empregos e uma sociedade estruturada e em funcionamento”.

Também na audiência, o representante do setor industrial, Marco Polo de Mello, destacou que a indústria brasileira representa 45% do PIB, Produto Interno Bruto nacional. Na avaliação dele, é possível retomar as atividades e voltar a girar a economia do país.