Relatório de Estabilidade Financeira mostra resiliência e avanços no Sistema Financeiro
03.10.2018 – Planejamento, Orçamento e Gestão.
O Banco Central do Brasil (BC) divulgou hoje o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) referente ao primeiro semestre de 2018. O REF é uma publicação semestral destinada a apresentar o panorama da evolução recente e as perspectivas para a estabilidade financeira no Brasil.
No primeiro semestre de 2018, a atividade econômica continuou no processo de recuperação, em ritmo pouco mais lento que no segundo semestre de 2017. A recuperação gradual da economia, combinada às quedas da inflação e da taxa básica de juros, permitiram avanço no crédito.
O crédito às famílias continuou crescendo, com impactos mais pronunciados nas modalidades voltadas ao consumo, como financiamento de veículos, crédito consignado e cartão de crédito. O crescimento ocorre sem indícios, até o momento, de aumento no risco de crédito incorrido pelas instituições financeiras.
O mercado de crédito às pessoas jurídicas também apresenta sinais de melhora. Com a diminuição das taxas de juros no mercado doméstico, um conjunto de empresas não financeiras vem utilizando o mercado de capitais para se financiar a custos inferiores aos praticados nos contratos antigos de empréstimos bancários e emissões internacionais. O índice de ativos problemáticos das pequenas e médias empresas continua com tendência de queda e o de grandes empresas apresentou ligeira redução após três anos consecutivos de forte ascensão.
A redução do risco de crédito, com consequente queda das despesas de provisão, e os ganhos de eficiência beneficiaram a rentabilidade dos bancos. Assim como em períodos anteriores, o nível de provisões comparado à carteira de ativos problemáticos mantém-se confortável, em linha com o perfil de risco da carteira de crédito, sem riscos para a estabilidade financeira.
O sistema bancário dispõe de capital robusto, em nível e qualidade, estando plenamente aderente às regras de Basileia III e com capacidade de suportar a tendência de crescimento da carteira de crédito. Os resultados dos testes de estresse de capital seguem atestando a resiliência do sistema bancário, que se mostra capaz de absorver as perdas estimadas em todos os cenários simulados.
A liquidez continua apresentando pouco risco para o sistema bancário.
O BC e o Conselho Monetário Nacional seguem promovendo a resiliência do Sistema Financeiro Nacional tanto no sentido de aumentar a eficiência e a segurança quanto para maior conformidade a padrões regulatórios internacionais. Nesse sentido, foram implementados o requerimento bilateral de margem em derivativos de balcão e o requerimento de implantação de política de segurança cibernética.
Por fim, pesquisa realizada com instituições financeiras aponta que o risco político e o cenário internacional são os principais temas de preocupação, mas as instituições mantêm confiança na capacidade de o sistema financeiro absorver choques.
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Fonte: Banco Central do Brasil – 03/10/2018