Em três meses, portabilidade de conta-salário soma mais de 443 mil pedidos
09.02.2009 – Categoria
Nova sistemática permite que a solicitação seja feita na instituição em que o cliente deseja receber sua remuneração. Registro centralizado facilita o monitoramento do BC.
Desde a entrada em vigor das novas regras para a portabilidade salarial, em 1º de julho, os clientes podem solicitar a mudança diretamente na instituição em que desejam receber a remuneração. Ela se encarrega de solicitar a portabilidade para a instituição que detém a folha de pagamento. No modelo antigo, o beneficiário precisa solicitar pessoalmente a transferência de seu salário à instituição financeira detentora da conta-salário. Hoje o cliente conta com as duas opções para solicitar a portabilidade.
Até 21 de setembro, mais de 443 mil pedidos foram efetuados por meio da nova regra. Destes, mais da metade foram aprovados. Muitos pedidos não são aprovados por desistência do próprio cliente, o que muitas vezes ocorre em função de melhores condições ofertadas pela instituição detentora da conta-salário, aumentando a concorrência no mercado.
O pedido de portabilidade só pode ser recusado se houver algum erro no procedimento de solicitação – como um dado pessoal incorreto – ou desistência do cliente. Caso contrário, ele não pode ser recusado.
Entre os tipos de conta destino, 92% dos pedidos de portabilidade foram para conta corrente, 6% para conta de pagamento e 2% para conta poupança. Os números não consideram as solicitações feitas da maneira anterior, também em vigor, realizadas na instituição detentora da conta-salário.
Registros centralizados
Os pedidos realizados nessa nova sistemática vêm sendo registrados na Plataforma Centralizada de Portabilidade Salarial – PCPS, mantida pela Câmara Interbancária de Pagamentos – CIP para a quase totalidade de contas-salários hoje existentes no Sistema Financeiro Nacional (SFN). Por meio dela, o Banco Central (BC) monitora o mercado. “Recebemos os dados diariamente, com o número de solicitações feitas no dia e com os dados acumulados desde o início da vigência da medida. Com a informação, podemos detectar desvios de conduta e agir rapidamente, se for preciso”, afirma Sergio Mesquita, chefe de subunidade no Departamento de Supervisão de Conduta do BC.
Segundo ele, a plataforma facilita a análise de dados. Anteriormente, era preciso acionar cada instituição financeira individualmente para receber as informações sobre portabilidade. “Quando recebemos um volume de pedidos anormal de uma instituição, podemos entender o que gerou esse volume e se há algum problema.” As informações são úteis para verificar se existem erros operacionais de alguma instituição. Se for esse o caso, é possível solicitar a melhoria do processo, por exemplo.
Fonte: BCB – 27/09/2018