Justiça Eleitoral autoriza uso de foto de candidato com pintura corporal na urna.
09.09.2024 – Direito Público

O Ministério Público Eleitoral se manifestou pela troca da fotografia do candidato em conformidade com a legislação, sob pena de indeferimento do registro.
O candidato, por sua vez, sustentou que é amplamente conhecido pelo eleitorado local e nas redes sociais por sua aparência característica que inclui pintura azul no rosto, braços e corpo, além de óculos branco e peruca loira. Defendeu que essa sua identidade pública e, por isso, gostaria de manter a fotografia que escolheu na urna eletrônica. Apesar de se chamar Fabrício Alan dos Reis Paes, o autor do pedido é conhecido como Byonseca e utiliza pintura corporal e peruca no seu cotidiano.
Elemento de caracterização
Ao decidir, o juiz apontou que o artigo 27, inciso II, alínea “d” da Resolução TSE 23.609/2019 veda o uso de elementos cênicos ou adornos que induzam o eleitor ao erro ou dificultem o reconhecimento do candidato.
O julgador explicou que a normatização das fotos para a urna eletrônica é possibilitar que o eleitor identifique corretamente o candidato que deseja votar. “Embora a imagem apresentada esteja fora dos padrões formais, verifico que a indumentária é parte da identidade visual consolidada do candidato, sendo reconhecido de forma consistente em eventos públicos e nas redes sociais com a pintura azul no rosto, braços e corpo, óculos branco e peruca loira. Esses elementos tornaram-se a marca registrada do candidato, facilitando a identificação pelo eleitorado”, registrou.
O juiz também pontuou que o candidato demonstrou que utiliza esses adereços e a pintura azul no rosto de maneira contínua em aparições públicas.
“A interpretação da lei eleitoral deve ser aquela que privilegie a identificação dos candidatos com seu eleitorado, ampliando a aplicação da norma de maneira a respeitar características sociais e culturais dos atores eleitorais e da comunidade em que se inserem, desde que não haja contrariedade expressa à Lei Eleitoral ou afronta a princípios e costumes”, resumiu ao autorizar a foto escolhida pelo candidato na urna eletrônica.
Clique aqui para ler a decisão
Fonte: Consultor Jurídico – 07.09.2024