Folha de S. Paulo publica artigo do presidente Aroldi sobre a PEC que trata das emendas individuais
25.04.2019 – Planejamento, Orçamento e Gestão.

Um artigo do presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Glademir Aroldi, sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 61/2015 foi publicado pelo jornal Folha de S. Paulo desta quarta-feira, 24 de abril. Apresentado no Senado Federal, o texto permite que emendas individuais ao projeto de lei do orçamento anual aloquem recursos diretamente aos Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios (FPM e FPE), indicando o Ente federativo a ser beneficiado.
De acordo com a proposta, o objetivo da matéria é aprimorar e desburocratizar a execução das emendas, além de sanar as dificuldades fiscais. “Com a alocação direta de recursos aos fundos de participação haveria maior agilidade na transferência de recursos, com consequente redução da burocracia, o que geraria economia à União, além de maior autonomia para Estados e Municípios”, diz a justificativa do texto.
Sobre essa matéria, confira a íntegra do artigo do presidente da CNM.
PEC da eficiência
Emendas individuais trarão recursos a estados e municípios
O Senado Federal e a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovaram a Proposta de Emenda à Constituição 61/2015 , que permitirá que as emendas individuais ao Orçamento Geral da União sejam repassadas diretamente aos municípios, sem passar pelo Sistema de Convênios (Siconv), pelos procedimentos burocráticos dos ministérios e pelo braço executor desses repasses, a Caixa Econômica Federal.
Sobre a medida, a Confederação Nacional de Municípios (CNM), em nome do movimento municipalista, traz alguns esclarecimentos: a PEC estava tramitando no Congresso desde 2015 e se originou de um pleito para que as emendas parlamentares pudessem “engrossar” os Fundos de Participação dos Estados e Municípios e, assim, serem utilizadas no custeio das políticas públicas, que hoje é o principal desafio da administração pública municipal.
O último relatório da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado alterou essa posição e teve como princípio que as emendas poderão ser enviadas diretamente para estados e municípios com o objeto definido pelo parlamentar. Vale destacar que temos, no Brasil, um sistema de transferências desses recursos voluntários da União para Estados e Municípios extremamente complexos, com diversas fases de contratação e que levam em média 48 meses entre a liberação da emenda e sua prestação de contas.
Sem falar que esse sistema acabou gerando Restos a Pagar (RAP) devidos aos municípios que chegam à ordem de R$ 34 bilhões no Orçamento Geral da União. No decorrer desses anos, várias iniciativas foram adotadas pelos ministérios, órgãos de controle, Congresso e todos os atores envolvidos nos processos para reduzir a burocracia e tornar o repasse mais eficiente.
A CNM esteve presente em vários grupos de trabalho para levar os problemas e anseios dos gestores municipais. Sendo assim, a decisão dos parlamentares de colocar para votação uma emenda à Constituição está relacionada ao novo ambiente político e à necessidade de se rever os métodos atuais. No texto da proposta de alteração da Constituição, a mudança é no artigo 166, incluindo uma série de incisos e alíneas.
Ali está expressa a garantia de fiscalização pelos órgãos de controle, federal e estaduais. Em nenhum momento existiu a possibilidade de tirar o poder de fiscalização, monitoramento ou controle. Por se tratar de recursos públicos, é necessário ter atuação efetiva desses órgãos e da sociedade. O espírito dessa proposta é que os recursos previstos no Orçamento cheguem efetivamente aos municípios e estados.
Os recursos serão fiscalizados de forma mais transparente e estarão à disposição da sociedade para seu acompanhamento, além de garantir maior efetividade e qualidade nos gastos.
Fonte: CNM – 24/04/2019