22.11.2017 – MUNICÍPIOS
GLOBO
Bruno Araújo diz que perdeu o apoio do partido para ficar no governo.
Saída abre espaço para mais mudanças no ministério de Temer.
O ministro das Cidades, Bruno Araújo, do PSDB, pediu demissão nesta segunda-feira (13). O partido está rachado sobre ficar ou não no governo.
De manhã, no Rio, o presidente Michel Temer tentou passar a imagem de um governo unido:
“Quando vejo nosso ministério, não há uma desintegração sequer no nosso ministério. Há uma unidade absoluta”.
Mas a saída de Bruno Araújo já era certa. Ele ainda participou à tarde ao lado de Michel Temer no Palácio do Planalto do último ato como ministro das Cidades.
Só depois da cerimônia a carta de demissão foi apresentada ao presidente Temer. Bruno Araújo agradeceu a confiança do PSDB, e alegou que já não há mais nele apoio no partido do tamanho que permita seguir nessa tarefa.
Em entrevista à GloboNews, ele explicou o desgaste com o partido.
“Eu fui ministro a convite do presidente da República com o apoio do meu partido. Obviamente, ao longo do tempo, foi ficando claro que o tamanho desse apoio foi desidratando. Então, com o nível de convivência, de compreensão que eu tenho da vida dentro do PSDB estava claro que não havia mais tamanho para dar sequência a essa tarefa”, explicou.
Na primeira denúncia contra Temer, em junho, Bruno Araújo ameaçou deixar o governo, mas acabou recuando, na época a pedido do PSDB. O mesmo partido, agora, vive a crise de ser ou não ser governo. E a saída de Bruno Araújo é vista pela ala contrária a Temer como um gesto que contribui para a conciliação do PSDB.
O “centrão” disputa a vaga deixada por Bruno Araújo no Ministério das Cidades. Esses partidos, de pequeno e médio porte, ajudaram Temer a se livrar das denúncias e agora querem cargos.
E é por causa dessa pressão que o Planalto trata de fazer logo a reforma ministerial. É o rearranjo para a construção do placar que permita a aprovação da reforma da Previdência na Câmara: pelo menos 308 votos a favor da proposta.
O presidente interino do PSDB, Alberto Goldman, disse que a saída de Bruno Araújo foi uma decisão pessoal; que o partido não indicou nenhum ministro; e que o PSDB continuará apoiando as medidas de que o país precisa para retomar o crescimento, independentemente de ter ministros ou não.
O Palácio do Planalto declarou que o presidente Temer vai iniciar uma reforma ministerial que deve ser concluída até meados de dezembro.
Fonte: Globo, 13/11/2017