Nível da arrecadação de tributos federais indica retomada da atividade econômica, destaca estudo da SPE
27.08.2021 – Planejamento, Orçamento e Gestão.

Oestudo “Conjuntura Macroeconômica e Arrecadação Bruta de Tributos Federais” – elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia e divulgado nesta quarta-feira (25/8) – confirma, com base em dados da arrecadação, a recuperação em curso da economia brasileira.
“As projeções de mercado sobre a arrecadação federal continuam a indicar expectativas de retomada da atividade econômica que tem se verificado (ainda mais fortemente do que esperado pelo mercado) na arrecadação”, destaca a análise da SPE. As projeções são feitas por meio doPrisma Fiscal, sistema de coleta de expectativas de mercado elaborado pela SPE para acompanhar a evolução das principais variáveis fiscais brasileiras: arrecadação total das receitas federais, receita líquida do governo central, despesa total do governo central, resultado primário do governo central e dívida bruta do governo geral.
O estudo foi apresentado pelo coordenador-geral de Modelos e Projeções Econômico-Fiscais da SPE, Sérgio Gadelha, durante entrevista coletiva com a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do secretário especial da Receita Federal, José Tostes, na qual foi anunciada a arrecadação total, em julho, de R$ 171,270 bilhões. O valor é 17% superior ao esperado pelos analistas de mercado – R$ 146,436 bilhões –, de acordo com o registrado no Prisma Fiscal. “Ainda se esperam erros de previsão devido à dificuldade de se fazer projeções em meio a uma pandemia”, ressaltou Sérgio Gadelha. Pelo 12º mês consecutivo, a arrecadação total de receitas federais ficou acima do esperado pelo mercado.
O documento registra que o crescimento das vendas do varejo, verificado no segundo trimestre, sugere melhora do consumo das famílias; e demonstra que a melhora da confiança na indústria aponta para a expansão da atividade econômica no terceiro trimestre e o desempenho do emprego formal reforça a tendência de aceleração da atividade no segundo semestre. Também aponta para a estabilidade do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre.
A análise da SPE sustenta que as medidas tomadas pelo governo federal em conjunto com o Congresso Nacional “continuam relevantes para mitigar os efeitos negativos da pandemia da Covid-19 sobre a economia brasileira”. E pontua: “A vacinação em massa, a consolidação fiscal e as reformas pró-mercado, todas em curso, pavimentarão o caminho para um crescimento sustentável que dê suporte a emprego, renda e maior nível de bem-estar da população brasileira”.
Panorama macroeconômico
O estudo informa que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) – proxy mensal do PIB que agrega informações dos diversos setores que compõem o Produto Interno Bruto no lado da oferta – registrou alta de 1,1% na passagem de maio para junho. “O resultado ficou acima do esperado e equivale a uma alta de 9,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sugerem que o setor de serviços contribuiu positivamente para o resultado. Assim, no segundo trimestre, o IBC-Br avançou 0,12% ante o primeiro trimestre”.
A análise destaca dados divulgados pelo IBGE. “Após dois meses consecutivos de crescimento, as vendas do comércio varejista caíram 1,7% na passagem de maio para junho. Foi a maior retração do setor neste ano e a segunda maior para um mês de junho desde o início da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), em 2000. Com o resultado de junho, o varejo se encontra 2,6% acima do patamar pré-pandemia”. E acrescenta: “Em linhas gerais, as vendas no varejo parecem estar se estabilizando na margem, em meio à volatilidade mensal”.
Citando a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), o estudo da SPE assinala que a produção industrial ficou estável na passagem de maio para junho. “O resultado foi explicado pelo equilíbrio entre o avanço da produção de bens de capital e o recuo registrado tanto na categoria de bens intermediários como na categoria de bens de consumo”. Já em relação à Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), enfatiza: “O volume de serviços cresceu 1,7% na passagem de maio para junho, acumulando ganho de 4,4% nos últimos três meses. Com isso, o setor não só ampliou o distanciamento em relação ao nível pré-pandemia – já que se encontra 2,4% acima de fevereiro do ano passado – como também alcançou o patamar mais elevado desde maio de 2016. Dentre as aberturas, destaque para os serviços prestados às famílias, que são mais sensíveis às restrições à mobilidade e, portanto, foram beneficiados pelo maior grau de abertura da economia no período”.
Fonte: Gov.br – 26/08/2021