Estudo do BID aponta que gastos públicos ineficientes no Brasil chegam a 3,9% do PIB
08.05.2019 – Planejamento, Orçamento e Gestão.

Estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançado hoje em Brasília aponta que gastos públicos ineficientes no Brasil, em diferentes áreas, custam 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB). O documento, intitulado “Melhores gastos para melhores vidas”, sugere políticas para que esses investimentos ocorram de maneira mais eficiente, tanto na esfera federal como subnacional.
O documento foi lançado na manhã desta nesta terça-feira (7/5), no Ministério da Economia (ME), durante debate que reuniu especialistas do banco, o secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do ME, Marcos Troyjo, e o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida.
A abertura foi feita pelo secretário Troyjo e pelo vice-presidente de Países do BID, Alexandre Meira da Rosa. Troyjo destacou que o trabalho do BID representa uma grande contribuição para o que deve ser o novo multilateralismo. “O estudo aprofundado por vezes tem um impacto na performance dos países tão importante quanto a própria alocação de capital e o desenho de projetos transformadores”, afirmou.
Segundo ele, a reflexão sobre como melhorar a eficiência dos gastos públicos tem importância central na agenda do atual governo. “Não é apenas uma opção. É também uma restrição por conta das dificuldades de elevação de impostos que temos no Brasil. Portanto, é preciso aumentar a eficiência para melhorar o bem-estar social”, afirmou. “O desperdício e a desigualdade social decorrentes de gastos pouco eficientes têm de ser revertidos”, complementou.
Previdência
O secretário deixou claro que diferentes políticas promovidas pelo governo brasileiro têm caminhado nesse sentido. Citou como exemplo os esforços para aprovação da reforma da Previdência: “O Brasil será outro depois de seu equilíbrio fiscal alcançado com a reforma do sistema previdenciário”, previu.
O documento do BID aponta que o gasto do Brasil com a Previdência é, em termos relativos, o mais alto entre os países da América Latina e do Caribe. “Se mantidos os atuais níveis de gasto, os sistemas de previdência poderiam aumentar dos atuais 40% do orçamento para 138% em 2065, inviabilizando o equilíbrio fiscal”, afirma o estudo.
“Esse cenário implicará em uma redução dos recursos para outras prioridades, como o desenvolvimento de capital humano e infraestrutura, elementos essenciais para sustentar o crescimento econômico ao longo do tempo”, completa.
Para Troyjo, o trabalho do BID contribui para ampliar e sofisticar o tom dado à agenda de reformas. “Nossa parceria com o BID fica mais forte e isso serve com um norte do que deve ser o futuro da administração pública no Brasil”, disse.
Fonte: Ministério da Economia – 07/05/2019
Link: https://bit.ly/302TZqy